segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Os manguezais no Ceará

O Brasil, com sua fartura de manguezais, demorou a explorar esse ecossitema. Quando a febre do camarão chegou aos estados do Nordeste, na virada do milênio, os pioneiros da criação de camarão, como Tailândia, Filipinas e Equador, já vinham destruindo seus manguezais por décadas.



Na costa cearense, sobre as partes marginais estuarias de seus principais rios(Coreaú, Acaraú, Ceará, Maranguapinho, Pacoti Mundaú, Cocó, Curu e Jaguaribe), em enseadas e em torno de lagoas litorâneas, desenvolvem-se algumas bem representativas formas de manguezais.



Somente pela singularidade da área, cujos manguezais se constituem em torno de enseadas ou de lagoas dispostas numa seqüência paralela à linha de costa, por pertencerem a um antigo sistema fluvial(Rio do Iguape) ou a um braço de mar soterrado parcialmente, portanto, fragmentando um ou outro em várias partes



Hoje, em Fortaleza (Ceará), tanques do tamanho de um campo de futebol crivam a paisagem como arrozais. A água é aerada com rodas de pá, e trabalhadores, de caiaque, enchem bandejas com ração de peixe. Mesmo nos lugares em que o manguezal foi poupado, o acesso a ele é bloqueado por criatórios de camarão.



ÁREAS DE MANGUES DO CEARÁ



O Estuário do Rio Ceará abrange uma área de, aproximadamente, 500 hectares de manguezal e está entalhado na idade do terciário/quaternário..



A APA3 do Estuário do Rio Ceará, unidade de conservação de uso sustentável, criada por meio do



DECRETO Nº 25.413, de 29 de março de 1999, abrange uma área de 2.744,89 hectares e localiza-se na divisa dos Municípios de Fortaleza e Caucaia, a aproximadamente, 20 km do Centro de Fortaleza. O principal acesso a esta unidade de conservação se dá pela Avenida Francisco Sá e em seguida pela Avenida Ulisses Guimarães(fonte: SEMACE)



Justifica-se sua criação em face das peculiaridades ambientais do Estuário do Rio Ceará, que torna este ecossistema de grande valor ecológico e turístico e pela natural fragilidade do equilíbrio ecológico deste estuário em permanente estado de risco, face às intervenções antrópicas



Estuário do Rio Cocó



– com seu manguezal rico em nutrientes, é de grande importância para a população ribeirinha, garantindo-lhe a pesca para a alimentação e comercialização.



Em seu curso, o Rio Cocó recebe os detritos das indústrias, que ficam próximos ao aterro sanitário do Jangurussu e recebe também lixo



e detritos das fossas de casas e condomínios próximos a seu leito.



Os animais mais prejudicados são as ostras, as picholetas, os búzios, camarões, caranguejos e peixes, sendo este último encontrado em pequena quantidade devido a poluição do rio.



È importante mencionar também que alguns moluscos armazenam em seus organismos altas quantidades tóxicas absorvidas juntamente com a água, causando sérios danos à saúde de quem os consome.



Mangue dos Tapebas



Ocupando nichos diferentes, os Tapeba utilizam formas diferenciadas de apropriação dos recursos naturais, basicamente extrativistas e sazonais.. Há desde áreas habitadas majoritariamente por tapebanos, como a paisagem rural do Tapeba (lagoa do Tapeba, Cutia, lagoa dos Porcos e Pedreira Santa Terezinha), em que trabalham na palha, na agricultura (como diaristas e arrendatários) e no "negócio com frutas"; até áreas onde a presença deles é residual, como é o caso dos bairros do perímetro urbano em que predominam o comércio ambulante, os pequenos serviços e o trabalho assalariado. Muitas casas se situam às margens do rio Ceará, nas únicas áreas de aterro sólido do mangue, geradas quando da pavimentação da rodovia BR-222 - cuja ponte sobre o mesmo rio empresta o nome à localidade. No Trilho, vamos encontrar os Tapeba negociando com frutas, fabricando carvão vegetal, coletando mudas de plantas de valor ornamental e capturando animais silvestres nas serras para a venda. Já nas Pontes, a pesca artesanal não colonizada de crustáceos, no mangue, e a retirada de areia do leito do rio Ceará constituem as atividades produtivas principais

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